terça-feira, 10 de junho de 2014

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dezembro costuma ser um mês diferente.

Algumas pessoas ficam particularmente felizes, mas um grupo maior fica triste e outro ainda se sente profundamente deprimido. É o período do ano em que há maior incidência desse estado terrível, no qual as pessoas veem tudo negro, perdem as forças físicas e também as esperanças.

Esse sentimento pode ter várias causas. A mais comum é a sensação de desamparo e abandono que muitos experimentam.

Pessoas com a vida sentimental mal resolvida sentem até alguma inveja daqueles que vivem em família, ainda têm os pais vivos, inúmeros irmãos e primos. É claro que a inveja nem sempre está justificada, pois a maior parte daqueles que têm o convívio familiar mais estreito padece de inúmeras situações de rivalidade, disputa e conflito.

A sensação ainda pode se inverter, por exemplo, no período que antecede o carnaval. Nessa fase, as pessoas menos comprometidas com vínculos sólidos irão se divertir mais. Em dezembro todo o mundo quer estar casado; em fevereiro, solteiro!

Uma outra causa de depressão, típica desta época, tem a ver com a tendência de a maior parte das pessoas aproveitar a passagem do ano para fazer um balanço de suas vidas. Não deixa de ser razoável e útil pararmos, de tempos em tempos, para realizar uma revisão de como temos nos colocado diante dos desafios da existência.

Processo similar costuma ocorrer nos dias que antecedem o aniversário, especialmente aqueles que encerram mais uma década de existência. Fazer 30, 40, 50 ou 60 anos nos impõe uma auto-avaliação, cujo resultado nem sempre nos aparece como muito agradável.

Em dezembro, costumamos vivenciar a tristeza própria de não termos atingido todos os objetivos, de estarmos aquém dos nossos sonhos e expectativas. Mas a maior parte das pessoas faz esse balanço de vida de uma forma pouco criteriosa.

Muitas se deprimem mais do que deveriam, porque erram na “contabilidade emocional”. Por exemplo: se uma pessoa obesa fez, no início do ano, um projeto de perder 20 quilos durante 2013 e chega em dezembro com 10 quilos a menos, poderá ficar triste. Acredito que ela não tenha razões para isso.

Nossos sonhos e planos são as nossas metas: costumamos elaborá-los no início de cada período e a eles nos dedicarmos com algum afinco. Porém, raramente conseguimos realizá-los plenamente, porque nossa capacidade para imaginar será sempre maior do que a de realizar.

É o sonho que nos impulsiona. O importante é que tenhamos conseguido algum avanço, que tenhamos a sensação de que nossa vida evoluiu. As coisas que não foram atingidas continuarão na nossa agenda para o ano que virá, junto com nossas outras expectativas.

Triste mesmo é quando as pessoas constatam que, ano após ano, estão no mesmo lugar. E vejam bem: estou me referindo muito menos aos projetos práticos e materiais do que aos avanços íntimos e espirituais.

Às vezes, penso que o grande sentido da vida é conseguirmos sair da Terra, 70 ou 80 anos depois de termos chegado, um pouco mais bem resolvidos interiormente. É termos sido competentes para dominar nossas disposições agressivas, aprendido a lidar melhor com frustrações e dores de todo tipo, desenvolvido a persistência, nos tornado mais corajosos para fazer com que nossos sonhos se realizem. Enfim, é termos sido capazes de ter olhado interiormente, a ponto de nos tornarmos mais independentes do julgamento das outras pessoas.

E, nesse setor da vida interior, os avanços são muito lentos e difíceis. Qualquer progresso mínimo já deve ser motivo de grande alegria e de sonoras comemorações.

Desejo a todos vocês que, em dezembro de 2014, estejam com o coração cheio de orgulho e de contentamento pelo que puderam fazer por si mesmos e pelos outros no ano que irá começar.

Não há dinheiro ou coisa material que se iguale, em termos de satisfação, a esse tipo de sensação interior!

Flavio Gikovate

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Porque você se preocupa sem motivo?
Quem você machucou sem motivo?
Quem poderá te matar? A atma não nasce por isso não morre.
O que quer que tenha acontecido, aconteceu para o seu bem.
O que quer que esteja acontecendo, esta acontecendo para o seu bem.
O que quer que venha a acontecer, acontecerá para o seu bem.
Não tenha arrependimentos pelo passado
Não se preocupe com o futuro
O presente esta acontecendo ...
Quais sãos as perdas pela qual você chora ?
O que você trouxe contigo que acha que perdeu ?
O que você fez que acha que foi destruido ?
Você não trouxe nada
Tudo que você tem veio daqui
Tudo que você tem oferecido
Você tem oferecido apenas aqui
Tudo que você tem , você recebeu de Deus
Tudo que você tem dado, você tem dado a Ele
Você veio de mãos vazias e você partirá de mãos vazias
O que é o seu hoje pertenceu ao ontem de alguém
e depois de amanhã pertencerá a um outro alguém.
Você erra pensando que isso é apenas seu
E essa falsa felicidade é a causa das suas tristezas
Mudança é a lei do universo

Bhagavad Gitâ

sábado, 26 de outubro de 2013

"E aí você disse que era para eu ir embora e eu fui.
Esse é um começo de livro. Um livro bonito, que eu comprei – como tantos – pelo nome, um dia: “L’enfer, son casino, sa plage” (o inferno , seu cassino, sua praia).
Mas nem é do livro que eu queria falar, e sim da frase e de seu contexto: uma mulher que é apaixonada por um sujeito que diz pra ela ir embora.
E ela vai.
Tantas vezes é assim: a gente não quer ir embora – mas é pra ir. Porque a outra pessoa, porque o mundo, porque tanta história. Porque já foi e não é mais. Porque tá escuro, tá cinzento, tá enevoado. Porque tem cheiro de tempestade. Porque algo puxa pra outro caminho, embora. Muito embora. Mas é pra ir e a gente sabe. A gente fecha os olhos apertado, a gente tapa os ouvidos com as mãos, a gente tenta não lembrar, mas no fundo a gente sabe. A gente sabe que sabe. Não quer saber que sabe, talvez: mas sabe.
E tem um dia em que a gente vai.
E, como na história do livro, a gente queria que tudo fosse outro, que o novelo da vida tivesse se desenrolado fazendo outros desenhos e que desse pra ficar. A gente pede, até, baixinho, olhando de lado: “me deixa ficar. só mais um pouquinho, vai.” Só que não. Não adianta, não é aquilo, o lugar onde a gente queria se enrodilhar já não existe mais. É um lugar-memória e pra lá dá pra ir às vezes. Depois. Quando não doer mais tanto.
Agora é hora de ir.
De arrumar a mochila, cuidando pra levar só o estritamente necessário: não tem sentido carregar peso demais, atrasa a caminhada. Atenção para os sapatos: se for possível, escolher dois pares – um que aguente o tranco, que seja companheiro das subidas e descidas dos terrenos desconhecidos, e outro levinho, uma sandália talvez, pra deixar os pés de fora em dias de sol, pra balançar na ponta do dedo, pra descalçar sorrindo.
Não tinha dito isso, e agora pode nem parecer: mas vai ter sorrisos também. Ainda vai ter, como não? Claro que vai. Sorrisos, de leve, à toa, braços abertos, banho de cachoeira, rede na varanda, conversas até de manhã. Gargalhadas, cigarros acendidos um no outro, mais cachaça, só mais esse, olhares de lado, olhares de frente, olhares. Mesas com poemas entalhados, o sol nascendo na praia, violão na Sé de Olinda, um jeito de tocar no cabelo.
Eu sei que não parece, mas vai ter.
Ah, se vai.
(mas isso é depois)
Agora, é hora de ir."
retirado do site: Biscate Social Clube

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Trecho do vídeo: O amor e as relações, por Dzongsar Khyentse Rinpoche. Transcrito por Luciano Ribeiro
         "Então, digamos que você já tenha um noivo ou noiva, ou marido, ou esposa. Vocês estão amarrados, basicamente. Vocês já tem alguém. E agora, o que fazemos? Devemos ir em frente ou devemos virar monges?
          Se você já tem um parceiro, é importante lembrar que no budismo, toda a ideia – especialmente no budismo mahayana – o propósito central de praticar o budismo mahayana é levar todos os seres à liberação. Liberação é liberdade, basicamente. E muitas vezes dar liberdade “a todos os seres sencientes” é um pouco como construir uma escada para o céu. É quase abstrato, impensável.
“Todos os seres sencientes?” Talvez o meu vizinho, sim. Algumas centenas, pode ser, mas “todos os seres sencientes” é um pouco demais. É abstrato.
          Mas mesmo aquele que não é capaz de liberar e dar liberdade a todos os seres sencientes, nós podemos pelo menos começar levando liberação e liberdade ao nosso próprio parceiro, esposa e marido. E este é um conselho muito prático, devo dizer.
          Muitas vezes, quando estamos tendo uma relação, estamos basicamente estrangulando um ao outro. Sabe, asfixiando um ao outro? E isso não é uma relação. Vocês deveriam dar liberdade um ao outro. Para quem a sua esposa, marido, namorado, namorada, está mandando mensagens, com quem ele ou ela está… sabe? Liberdade. Dê espaço. Liberdade.
          Eu acho que isso é importante. Na realidade, mesmo se você tem um relacionamento muito bom, eu sugeriria retirar-se de sua esposa ou marido, namorado ou namorada por pelo menos uma hora por dia. Não falar, não mandar mensagens, não comunicar nada. Eu acho que ajudaria.((De qualquer forma, por último vou concluir isto, assim podemos continuar com as perguntas.))
           O próprio Buda Sakyamuni disse que todos devemos tratar nossa vida, tudo o que chamamos de vida familiar, o que seja, como uma experiência de um hotel. É como um hotel, os grandes hotéis. Pessoas fazem check-in e fazem check-out. Entende? É assim que é. A nossa vida é assim. Novos amigos entram, velhos amigos saem.
          E esse é um ensinamento tão maravilhoso por que é assim que a nossa vida é. Esta é a beleza da temporalidade. As coisas temporárias são tão boas. É muito prazeroso e bonito. Quando as coisas estão estagnadas para sempre, isso cheira mal. Vocês deveriam pensar que esta vida com seu marido, esposa, namorado ou namorada é muito temporária.Mesmo aqueles que não se separem durante essa vida em que respiram, algum dia, um de vocês terá de morrer. E quando morrerem, vocês se separam.
          Depois que você morrer, provavelmente por três dias você vai se lembrar do nome do seu marido ou esposa. Lá pelo quarto ou quinto dia você se lembra apenas de metade do nome. Pelo décimo dia você não se lembra nem se ele era ele, se ela era ela, se ele era ela ou se ela era ele. E depois, lá pelo vigésimo dia, você não se lembra nem mesmo que aquele era um ser humano.
         Então, as forças das próximas vidas começam a se formar. Por exemplo, se você vai renascer como um pássaro, seu amor e admiração… sabe, sempre querer cheirar seu namorado ou namorada, é substituido por sentir-se faminto ao ver um verme. Por que você está prestes a se tornar um pássaro agora e se sente com vontade de voar e tudo mais. A partir desse momento, quem você chamava de querido marido, esposa, namorado ou namorada… este capítulo está encerrado.
         E na próxima vez que vocês se verem, pode ser que você tenha renascido como um pombo e se sentar… sabe, onde os humanos comem pão, migalhas… sabe, ao lado de seu ex-marido, ex-esposa, ex-namorado ou ex-namorada… você talvez nem note. E ele ou ela também talvez não vai notar.
          E é assim que nós jogamos esses jogos samsaricos.
          Seria maravilhoso se nós pudéssemos ir para algum lugar lá em cima e olhar para baixo, para cada vida que nós já tivemos antes. De fato, isso é o que os Arhats podem fazer.
          Seria tão triste e feliz, alegre e maravilhoso. Quantas pessoas teriam se enforcado pelo amor de vocês? Quantas pessoas devem ter passado fome pelo amor de vocês? E vocês mesmos, quantas vezes devem ter se enforcado por amor e relacionamentos, por outros?
          Lembrem-se da temporalidade. E isso não é só para relacionamentos, é para tudo. Este copo de café poderia ser o meu último. Este livro que estou segurando poderia ser o último livro que vou segurar. E se vocês puderem ter este tipo de atenção, então você pode realmente desfrutar e amar. “Nossa, que livro bom!” Porque de outro jeito, estamos sempre pensando na próxima coisa.
Basicamente, planejando viver para sempre."

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

“Benditos teu pai e tua mãe; benditos os que te amaram e os que te maltrataram; bendito o artista que te adorou e te possuiu, e o pintor que te pintou nua, e o bêbado de rua que te assustou, e o mendigo que disse uma palavra obscena; bendita a amiga que te salvou e bendita a amiga que te traiu; e o amigo de teu pai que te fitava com concupiscência quando ainda eras menina; e a corrente do mar que te ia arrastando; e o cão que uivava a noite inteira e não te deixou dormir; e o pássaro que amanheceu cantando em tua janela; e a insensata atriz inglesa que de repente te beijou na boca; e o desconhecido que passou em um trem e te acenou adeus; e teu medo e teu remorso a primeira vez que traíste alguém; e a volúpia com que o fizeste; e a firme determinação, e o cinismo tranquilo e o tédio; e a mulher anônima que te vociferou insultos pelo telefone; e a conquista de ti por ti mesma, para ti mesma; e os intrigantes do bairro que tentaram te envolver em suas teias escuras; e a porta que se abriu de repente sobre o mar; e a velhinha de preto que ao te ver passar disse: “moça linda”; bendita a chuva que tombou de súbito em teu caminho, e bendito o raio que fez saltar o teu cavalo, e o mormaço que te fez inquieta e aborrecida, e a lua que te surpreendeu nos braços de um homem escuro entre as árvores azuis. Bendito seja todo o teu passado, porque ele te fez como tu és e te trouxe até mim. Bendita sejas tu.”
Rubem Braga



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013


Como você pode saber se alguém realmente lhe ama?

"Existem três camadas no indivíduo humano: sua fisiologia, o corpo; sua psicologia, a mente; e seu ser, seu eu eterno. Amor pode existir em todos os três planos, mas suas qualidades serão diferentes.

No plano da fisiologia, do corpo, é simples sexualidade. Você pode chamar isso de amor, porque a palavra 'amor' parece ser poética, bela. Mas noventa e nove por cento das pessoas estão chamando o sexo delas de amor. Sexo é biológico, psicológico. Sua química, seus hormônios – tudo que é material está envolvido nisso.

Você se apaixona por um homem ou por uma mulher. Você pode descrever exatamente porque essa mulher lhe atraiu? Certamente você não pode ver o eu dela, você ainda nem viu seu próprio eu. Você também não pode ver a psicologia dela, porque para ler a mente de alguém não é uma tarefa fácil. Então o que é que você viu nessa mulher?

Alguma coisa na sua fisiologia, na sua química, nos seus hormônios, se sente atraído pelos hormônios, pela fisiologia, pela química da mulher. Isso não é um caso de amor; isso é um caso químico. Pense bem: a mulher por quem você se apaixonou vai ao médico, muda de sexo, deixa a barba e o bigode crescerem. Você ainda fica apaixonado por ela? Nada mudou, somente a química, os hormônios. Para onde foi seu amor?

Somente um por cento das pessoas conhece um pouco mais profundamente. Poetas, pintores, músicos, dançarinos, cantores têm uma sensibilidade que faz com que eles possam sentir além do corpo. Eles podem sentir as belezas da mente, as sensibilidades do coração, porque eles próprios vivem nesse plano.

Lembre-se que isso é uma regra básica: onde quer que você viva, você não pode ver além disso. Se você vive no seu corpo, se você pensar que é somente seu corpo, você só pode ser atraído pelo corpo de alguém. Esse é o estágio fisiológico do amor.

Porém, um músico, um poeta, vivem num plano diferente. Ele não pensa, ele sente. E devido a que ele vive no coração dele, ele pode sentir o coração de outra pessoa. Isso é geralmente chamado de amor. Isso é raro. Estou dizendo talvez somente um por cento, de vez em quando.

Por que muitos não estão se movendo para o segundo plano se este é tremendamente belo? Mas há um problema: qualquer coisa muito bonita é também muito delicada. Não é um objeto duro, é feito de vidro muito frágil. E uma vez que um espelho cai e se quebra, então não há como reuni-lo novamente.

As pessoas temem se envolverem muito e alcançar as delicadas camadas do amor, porque nesse estágio o amor é tremendamente belo mas também tremendamente mutante.

Sentimentos não são pedras, são como rosas. É melhor ter uma rosa de plástico, porque ela estará sempre lá e todo dia você pode banhá-la e ela estará fresca. Você pode colocar algum perfume francês nela. Se a cor dela desaparecer você pode pintá-la novamente. Plástico é uma das coisas mais indestrutíveis no mundo. Ela é estável, permanente; assim as pessoas param no fisiológico. É superficial, mas é estável.

Poetas e artistas são conhecidos por se apaixonarem todos os dias. O amor deles é como uma rosa. Enquanto está presente ela é tão perfumada, tão viva, dançando ao vento, na chuva, no sol, declarando suas belezas. Mas à noite ela se vai, e você não pode fazer nada para impedir isso.

O mais profundo amor do coração é somente como uma brisa que chega no seu quarto, traz sua frescura, serenidade, e então se vai. Você não pode segurar o vento em suas mãos. Bem poucas pessoas são tão corajosas para viver de momento a momento, uma vida mutante. Daí, elas decidirem se entregarem a um amor do qual elas possam depender.

Eu não sei que tipo de amor você conhece – muito provavelmente o primeiro tipo, talvez, o segundo tipo. E você teme que se você alcançar seu ser, o que acontecerá ao seu amor? Certamente ele se vai – mas você não será um perdedor. Um novo tipo de amor irá surgir o qual, talvez, só acontece a uma pessoa em milhões. Esse amor só pode ser chamado de amorosidade.

O primeiro amor deve ser chamado de sexo. O segundo amor deve ser chamado de amor. O terceiro deve ser chamado de amorosidade – uma qualidade, não direcionada – não possessiva e que não permite ninguém mais lhe possuir. Essa qualidade amorosa é uma revolução tão radical que mesmo concebê-la é muito difícil.

Jornalistas têm me perguntado: "Por que tem tantas mulheres aqui?". Obviamente, a questão é relevante, e eles ficam chocados quando lhes respondo. Eles não estavam preparados para a resposta. Eu disse a eles: "Sou um homem". Eles olharam para mim, incrédulos.

Eu disse: "É natural que muito mais mulheres estejam aqui, pela simples razão de que tudo que elas conheceram na vida delas foi sexo, ou em raros casos, talvez alguns momentos de amor. Mas elas nunca chegaram a conhecer o sabor da amorosidade". Eu disse para esses jornalistas: "Mesmo os homens que vocês vêem aqui desenvolveram muitas qualidades femininas neles que estavam reprimidas pela sociedade exterior".

Desde o princípio é dito a um menino: "Você é um menino, não uma menina. Comporte-se como um menino! Lágrimas caem bem numa menina, mas não para você. Seja macho". Assim todo menino vai eliminando suas qualidades femininas. E tudo que é belo é feminino.Então finalmente o que resta é somente um animal selvagem. Toda a função dele é reproduzir filhos.

A menina não é permitida ter qualquer coisa com qualidades masculinas. Se ela quiser subir numa árvore ela será impedida imediatamente: "Isso é para meninos, não para meninas!" Estranho! Se a menina possui o desejo de subir na árvore, isso é prova suficiente para ela ter permissão.

Todas as sociedades criaram roupas diferentes para os homens e para as mulheres. Isso não está certo; porque todo homem é também uma mulher. Ele veio de duas fontes: o pai e a mãe. Ambos contribuíram para seu ser. E toda mulher é também um homem. Nós destruímos ambos.

A mulher perdeu toda a coragem, aventura, raciocínio, lógica, porque essas são tidas como qualidades masculinas. E o homem perdeu a graça, sensibilidade, delicadeza. Ambos se tornaram metades. Esse é um dos maiores problemas que temos que resolver – pelo menos para nosso povo.

Meus sannyasins precisam ser ambos: metade homem, metade mulher. Isso os tornará mais ricos. Eles irão ter todas as qualidades que estão disponíveis aos seres humanos, não apenas a metade.

No nível do ser, você simplesmente tem uma fragrância de amorosidade.

Os jornalistas me perguntaram: "Você ama Sheela?". Eu disse: "É claro. Mas eu amo tantas mulheres que nem mesmo sei o nome delas. E não somente mulheres – amo tantos homens, porque eles também são metade mulher". Em um milhão de sannyasins ao redor do mundo, eu não posso apontar para uma só pessoa e dizer: "Essa é a pessoa que amo".

Só posso dizer: "Eu amo". Quem quer que esteja pronto para receber meu amor... está disponível. Então não tenham receio.

Seu medo está certo: o que você tem como amor irá embora, mas o que virá no lugar é imenso, infinito. Você será capaz de amar sem ficar apegado. Você será capaz de amar muitas pessoas porque amar uma pessoa só é manter a si mesmo pobre. Uma pessoa pode dar uma certa experiência de amor, mas amar muitas pessoas...

Você ficará surpreso que cada pessoa lhe dá um novo sentimento, uma nova canção, um novo êxtase. Consequentemente, sou contra o casamento. Na minha visão, casamentos na comuna devem ser dissolvidos. Pessoas podem viver juntas por toda a vida se quiserem, mas isso não é uma necessidade legal.

Pessoas devem se movimentar, ter tantas experiências de amor quanto possível. Não devem ser possessivos. Possessividade destrói o amor. E eles não devem ser possessivos porque isso novamente destrói ser amor.

Todos os seres humanos são dignos de serem amados. Não há nenhuma necessidade de ficar acorrentado a uma pessoa por toda sua vida. Essa é uma das razões do porquê todas as pessoas ao redor do mundo parecem tão entediadas.

Porque elas não podem sorrir como você? Porque elas não podem dançar como você? Elas estão acorrentadas com correntes invisíveis: casamento, família, marido, esposa, filhos. Elas estão sobrecarregadas com todo tipo de deveres, responsabilidades, sacrifícios. E você quer que eles sorriam e dancem e se alegrem? Você está pedindo o impossível.

Torne o amor das pessoas livre, torne as pessoas não-possessivas. Mas isso só pode acontecer se na sua meditação você descobrir o seu ser. Não é nada para se praticar. Não estou lhes dizendo: "Hoje à noite você procure uma outra mulher apenas para praticar". Você não irá conseguir coisa alguma e você pode perder sua esposa. E pela manhã você vai parecer tolo.

Isso não é uma questão de praticar, é uma questão de descobrir o seu ser. A qualidade da amorosidade impessoal segue a descoberta de seu ser. Assim você simplesmente ama.

E isso vai se espalhando. Primeiro, nos seres humanos, depois nos animais, pássaros, árvores, montanhas, estrelas. Um dia chega quando todo esse universo é seu amado. Esse é o nosso potencial. E qualquer um que não estiver realizando isso está desperdiçando sua vida.

Sim, você terá que perder algumas coisas, mas são coisas sem valor. Você estará ganhando tanto que você nunca pensará novamente no que você perdeu. Uma pura amorosidade impessoal que possa penetrar no ser de qualquer um – esse é o resultado da meditação, do silêncio, do mergulhar profundo dentro de seu próprio ser. Estou simplesmente tentando lhe persuadir. Não tenha medo de perder o que você tem."

Osho, em "Death to Deathlessness

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sete Leis da Sincronicidade para começar a ver a Mágica da Vida


1. Meu espírito é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais. Esta frase resume a totalidade do que estou expondo. Se você esquecer tudo o mais, lembre-se apenas disso

2. Meu dialogo interno reflete meu poder interno. O dialogo interno das pessoas auto- realizadas pode ser descrito assim: é imune a críticas; não tem apego aos resultados; não tem interesse em obter poder sobre os outros; não tem medo. Isso porque o ponto de referência é interno, não externo. 

3. Minhas intenções tem poder infinito de organização. Se minha intenção vem do nível do silêncio, do espírito, ela traz em si os mecanismos para se concretizar. 

4. Relacionamentos são a coisa mais importante na minha vida. E alimentar os relacionamentos é tudo o que importa. As relações são cármicas e quem nós amamos ou odiamos é o espelho de nós mesmos: queremos mais daquelas qualidades que vemos em quem amamos e menos daquelas que identificamos em quem odiamos. 

5. Eu sei como atravessar turbulências emocionais. Para chegar ao espírito é preciso ter sobriedade. Não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa, depressão. Essas são emoções tóxicas. Importante: onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa. O segredo é o movimento: não ficar preso na dor, nem no prazer (que então vira vício). Não se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.

6. Eu abraço o feminino e o masculino em mim. Esta é a dança cósmica, acontecendo no meu próprio eu. A energia masculina: poder, conquista, decisão. A energia feminina: beleza, intuição, cuidado, afeto, sabedoria. Num nível mais profundo, a energia masculina cria, destrói, renova. A energia feminina é puro silêncio, pura intenção, pura sabedoria. 

7. Estou alerta para a conspirações das improbabilidades. Tudo o que me acontece de diferente na vida é carmico. É, portanto, um sinal de que posso aprender alguma coisa com aquela experiência. Em toda adversidade há a semente da oportunidade.

Deepak Chopra

domingo, 31 de março de 2013

PORQUE PRATICAR YOGA?

 
Pergunte-se há quanto tempo você fechou os olhos com suavidade, olhou pro seu corpo com sinceridade, parou para fazer uma respiração profunda e buscou se sentir em paz?


Há muitos motivos para se praticar yoga, mas acredito que o maior deles seja um chamado interno. Claro que hoje se vê estampado em todos os lugares os benefícios da prática de Yoga, e associado a um certo misticismo, esta prática está cada vez mais popular. Mas eu ainda acredito que conscientemente, ou insconscientemente, quem procura por Yoga, deseja ardentemente se reconectar consigo mesmo. Talvez você até chegue à prática querendo aliviar dores nas costas, ou talvez para ganhar mais flexibilidade, ou sentir- se relaxado, mas no fundo, o que o yoga proporcionará é um contato profundo, um resgate daquela partezinha de si mesmo, que estava sem atenção há muito tempo.

Eu sempre digo em minhas aulas que no momento em que você entra na sala para praticar, você terá 1h30 minutos para você. Você ficará de olhos fechados ( se conseguir) , prestará atenção à sua respiração, à dorzinha que você sente nas costas ao sentar com a coluna ereta, e quando você se der conta, você estará num diálogo interno com você mesmo buscando a melhor forma de lidar com a situação. E você achará um jeito muito pessoal de se conduzir, de se observar e de aceitar aquele momento.
É um trabalho sutil, muito sutil no corpo e na mente, que promoverá mudanças nada sutis.

E quando vc menos perceber estará imerso em uma prática que trará tamanho bem estar, não só pelos efeitos físicos das posturas e da respiração, mas também porque você condicionará a sua mente a perceber que aquele momento é sagrado, é seu, é onde você poderá dialogar internamente e  buscar forças pra lidar com as pressṍes do dia a dia. 
Não é mágica. É apenas um momento onde o  silencio forçado incialmente se transformará num silencio interno poderoso, num diálogo passivo e amoroso consigo mesmo.

Se você chegou até aqui, se sentiu o chamado de praticar "alguma coisa diferente", mergulhe de cabeça e verá que cada respiração valerá a pena!

OM OM OM

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

                                                Aceitar a dor assim como ela é




Primeiro tente entender o que significa a expressão “aceitação daquilo que é”. Buda depende muito dessa expressão.

Na linguagem dele, a palavra é tathata, aceitação daquilo que é. Toda a orientação budista consiste em viver essa palavra, em viver com essa palavra com tamanha profundidade que a palavra desaparece e você se torna a aceitação daquilo que é.

Por exemplo, você fica doente. A atitude de aceitação daquilo que é consiste em aceitar a doença e dizer a si mesmo, “Tal é o caminho do corpo” ou “É assim que as coisas são”. Não lute, não comece a travar uma batalha.

Depois que aceitar, depois que deixar de reclamar e parar de brigar, a energia passa a ser uma só por dentro. A ruptura se desfaz e muita energia passa a ser liberada, pois deixa de haver conflito e a própria liberação da energia passa a ser uma força de cura.

Algo está errado no corpo: relaxe, aceite isso e simplesmente diga para si mesmo, não só com palavras, mas sentindo profundamente: Tal é a natureza das coisas.

O corpo é um conjunto, muitas coisas se combinam nele. O corpo nasce e está propenso a morrer. Trata-se de um mecanismo complexo e há toda a possibilidade de uma coisa ou outra sair errada.

Aceite isso e não se identifique. Quando aceita, você fica acima, você transcende. Quando luta, você desce para o mesmo nível. Aceitação é transcendência. Quando aceita, você fica sobre uma colina e o corpo é deixado para trás.

Você diz, "Sim, tal é a sua natureza. O que nasce tem de morrer e, se tem de morrer, às vezes fica doente. Não é preciso se preocupar tanto" — fale como se isso não estivesse acontecendo com você, só acontecendo no mundo das coisas.

Esta é a beleza: quando não está lutando, você transcende e deixa de ficar no mesmo nível. Essa transcendência torna-se uma força de cura. De repente o corpo começa a mudar.

O mundo das coisas é um fluxo; nada é permanente ali. Não espere permanência! Se esperar permanência neste mundo onde tudo é impermanente, você provocará inquietação.

Nada pode ser para sempre neste mundo; tudo o que pertence a este mundo é momentâneo. Essa é a natureza das coisas, a aceitação daquilo que é.

Se você relutar em aceitar um fato, viverá o tempo todo na dor e no sofrimento. Se aceitá-lo sem nenhuma queixa, não num estado de impotência, mas de compreensão, trata-se de aceitação daquilo que é. Dali em diante você deixa de ficar preocupado e não existe mais problema.

O problema surgiu não por causa do fato, mas porque você não o aceitava da maneira como estava acontecendo. Você queria que ele seguisse os seus pensamentos.

Lembre-se, a vida não vai seguir você, você é que tem de segui-la. Com má vontade ou com alegria, a escolha é sua.

Se você seguir com má vontade, sofrerá. Se segui-la com alegria, você se tornará um buda e a sua vida se tornará um êxtase.

Osho, em "O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte"


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Meditação Vipassana


Aqui compartilho humildemente minha experiência com essa técnica de meditação. Venho percebendo que cada vez mais pessoas tem aderido e está cada vez mais popular, e assim como certamente também as outras pessoas, com um misto de curiosidade e busca espiritual, fui pra lá me aventurar.

Fiz agora no Reveillon, e tinham mais umas 90 pessoas comigo, entre homens e mulheres. Achei louvável tantas pessoas reunidas, abdicando de suas vidas por 11 dias numa data tão festiva, estarem lá, dispostas a ficarem sem falar com ninguém, sentadas por 10 horas diárias, e com uma alimentação bem leve. O negócio deve ser bom pensei eu.

No primeiro dia conhecemos as pessoas, somos levadas aos quartos, separados dos homens, e as 19h teria início o voto do silêncio. Opa, e lá vamos nós ficar quietos. E assim, a primeira palestra da técnica se incicia.
Eu tentei todos os dias fazer um registro mental do que tinha sentido a cada dia pra poder compartilhar com vocês as sensações, mas a partir do quarto, quinto dia eu já não lembrava mais de nada. Tentava lembrar do que eu senti no primeiro dia e só conseguia me conectar com o que sentia naquele momento. E como não podíamos escrever, pra mim ficou um pouco impossível relatar dia após dia cada milímetro de sensação.
Mas foi mais ou menos assim:

Dia da chegada: olá pessoas, vamos ficar quietas, e a palestra de apresentação. Somado ao cansaço da minha jornada de quase 12 horas pra chegar até lá, confesso que não assimilei muita coisa e só pensava em dormir. E fomos, as 9h.

Dia 1: As 4 da manhã, toca o sino em nossa porta e 4h30 devemos estar na sala para começãr a por em pratica a técnica. Sentamos nos nossos lugares definidos, e vamo que vamo, 2 horas de meditacao, intervalo, mais 2 horas, intervalo mais 3 horas...e por assim vai. Vi que o negócio ali ia ser pesado.

Dia 2: chorei, chorei, chorei. Quero ir embora, o que eu to fazendo aqui, putaqueopariu Marcela que ideia de girico, vc podia estar na praia, podia estar com seu namorado, podia estar feliz e está aqui, com essa galera que vc nunca viu na vida, parada sem falar com ninguém, que infelicidade.

Dia 3: Meu corpo ja estava bem cansado, mas a minha mente estava muito, muito consciente. Parecia que tinha aberto um espaço dentro da minha cabeça, um vazio e não tinha nada pra preencher. Na minha mente só tinha espaço, espaço, espaço...achei que nem ia conseguir dormir de tão ligadona que eu tava. Sempre à noite havia umas palestras muito legais, que falavam de vipassana, contavam histórias da India, do Buda, e esse era o meu momento de deleite a noite. Onde eu ouvia alguém falar por uma hora e pensava, tá tudo bem. E por mais que estivesse cansada, as palestras me deixavam reflentindo bastante e bem lucida.

Daí pra frente, não lembro mais tanta coisa. A técnica de vipassana, só é mesmo apresentada no dia 4, e eu sei que lá pelo dia 6, eu tive uma experiência muito forte, senti coisas boas e horriveis no meu corpo ao mesmo tempo, fugi da sala de meditação e fui pro meu quarto achando que ia morrer. A gerente da ala feminina veio atrás de mim e perguntou se estava tudo bem. Disse que sim, que estava muito cansada e assim passei todo o dia experienciado uma parte de mim, umas memórias que me deixavam meio mal, meio estranha, mas que pelo que entendi faziam parte da técnica.

A partir daí tb não lembro detalhadamente, mas o cansaço físico estava cada vez maior, minha bunda doía muito, e eu não tinha mais posição pra sentar. Lá eles não permitem que vc pratiquem técnicas corporais, no máximo um alongamentozinho, mas era tamanha a minha dor que eu fugia uns minutis pro quarto e fazia algumas posturas. Precisava alongar aquele bumbum minha gente, porque senão eu ia pirar. Mas segui estritamente as regras, não fiz nenhuma prática corporal e mental, nao cantei mantra, nao entooei o Om, ficava só na tecnica vipassana, mesmo porque nao tinha-se tempo, nem espaço pra fazer nada além disso. E o tempinho livre dos intervalos, eu só pensava em comer e dormir.

Confesso que a alimentacao leve e só duas frutinhas as 5 da tarde e nada más, me deixaram com fome, mas foi essencial para meditar. De barriga cheia, cheia de gases, desconforto, fica impossível sentar por tantas horas e nao pensar na própria pança. Foi bom, e hoje já nao consigo comer tanto. Perdi 3 quilos.

Basicamente, e bem sucintamente a tecnica, é se observar. Pois sabemos de muitas teorias sobre a vida, estudamos muito as filosofias e ensinamentos, mas o tchan da vipassana é : de nada adianta intelectualizar oconhecimento se você não experenciar.

Como você vai entender a impermanência se você não souber no seu corpo o que é a impermanência. Se não perceber que aquela dor insuportável que você está sentido é impermanente, ou ainda que aqueles pensamentos horrorosos são impermanentes. E isso eu achei muito muito legal. Porque depois de um tempo você começa a dissecar a dor, a observar a dor, e percebe que ela está só no seu corpo e não na sua mente. O observador tá sempre ali e não é afetado, e que daí você passa a ter uma relação diferente com você mesmo.

Eles falam muito na equanimidade também. Não se apegue a nada, nao crie avidez ou aversao, nem pelo que é bom, nem pelo que é ruim, já que tudo é impermanente, tudo, absolutamente tudo vai passar. E daí você treina, no seu corpo,  a perceber isso.
Confesso que achei bem radical por serem tantas horas sentados, sem nenhuma prática corporal, mas entendi que ali o corpo é seu instrumento e que a dor é seu professor.

No fim, aprendermos a parte final da técnica, onde se busca gerar amor por todos os seres, criar compaixão por todos. Afinal, todos estão também mergulhados no sofrimento. E quando voce inicia essa jornada, quando você se melhora,  naturalmente, melhora o mundo a sua volta. E daí você consegue compartilhar o seu conhecimento, as suas experiencias, promovendo crescimento.

Pra mim, as sensações foram tantas e tão contraditórias que ainda está dificil se adaptar ao barulho da cidade, as pessoas, mas é uma coisa muito sutil. As pessoas acham que você pode sair de lá maluca, meio desnorteada, e acho que sim, isso pode acontecer. Eu mesmo nao tinha ideia da minha reação. Mas quando acabei o voto de silencio desembestei a falar e a rir que nem uma louca, e tinha criado na mente que talvez saisse de lá meio monja, meio asceta, pregando a verdade para a humanidade

Hoje eu entendo que a meditação vai promovendo mudanças sutis, internas, ela vai cuidando dos seus pensamentos com carinho e nao necessariamente você mude sua personalidade por isso. Eu continuo alegre, sorridente, faladora, e consigo observar todas as mudancas internas, e toda a felicidade que vem sendo descoberta como minha fonte natural de abundancia. E me respeito como sou, dentro dessa moldura corporal que interajo com o mundo.

Meu sentimento é de amor, gratidão e saí de lá querendo abraçar e apertar meio mundo. Querendo contato, querendo viver a minha vida normalmente, só espalhando minhas sutis vibrações em quem quer se seja. 

Que todos os seres sejam felizes!!! que todos possam compartilhar da luz!!

:)




















quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina. Coragem, mesmo, é preciso para viajar sozinha, terminar um casamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto ela fortalece o ser humano."
Tão sensíveis somos, tão a flor da pele está nosso ego, que é fácil com uma única palavra ferir, perturbar, causar desconforto, causar atrito e quebra de harmonia.

Monge Genshô